sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Goiás e DF se unem Governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) acerta parcerias com Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal

Para impulsionar o desenvolvimento econômico e social nas cidades goianas do Entorno de Brasília, o governador Marconi Perillo (PSDB) anuncia parcerias com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e busca investimentos federais em áreas de infraestrutura e de combate à criminalidade. “Temos boas parcerias com o governo federal e Ministério das Cidades, via PAC do Saneamento. Trabalhamos em conjunto com os municípios na área de mobilidade e de desenvolvimento urbano”. 
Foto: Laison Damásio
Foto: Laison Damásio

O governador goiano, em entrevista ao Jornal de Brasília, afirma ter conseguido resultados importantes na redução da violência no Entorno, mas a proteção às fronteiras e a legislação são obstáculos nesse processo.
Marconi diz que a região do Entorno do DF é hoje, ao lado da região metropolitana de Goiânia, a mais importante para Goiás. “É uma região muito densamente povoada. Além da densidade, tem uma população muito expressiva. Nós calculamos que sejam 1,5 milhão os goianos e brasileiros que vivem ali. São goianos que colaboram muito com o desenvolvimento do Distrito Federal”.
Economia dinâmica
Segundo ele, 400 mil trabalhadores do DF vivem em Goiás, prestam seu suor, trabalho, inteligência, em favor de todos que vivem em Brasília. “A economia da região metropolitana é dinâmica, ativa e é uma área que, pelo fato de ter ficado esquecida por muitos governos anteriores, acabou se transformando em dependente de muitas melhorias de infraestrutura urbana”.
O governador sustenta que o poder público goiano também está presente com significativas obras na área de saneamento em todas as cidades e, em algumas localidades, em parcerias com o governo do DF e a Caesb. “Em muitas outras, temos boas parcerias com governo federal e Ministério das Cidades, via PAC do Saneamento. Trabalhamos em conjunto com os municípios na área de mobilidade urbana e desenvolvimento urbano”.
Água potável
Marconi lembra que o Estado constrói no Entorno do DF o sistema produtor Corumbá 4. “Com ele, todo o Entorno Sul de Brasília será atendido por muito tempo com abastecimento de águas de qualidade. Aliás, não só o Entorno Sul, mas várias outras cidades de Brasília. Em Águas Lindas, nós também temos uma boa parceria com a Caesb. Nesse período de 15 anos, houve uma presença muito significativa do governo, embora reconheçamos que ainda é preciso investir muito mais em esgoto e saneamento básico e água tratada”.
O governador goiano fala sobre as obras de infraestrutura no Entorno do Distrito Federal: “Por exemplo, a duplicação entre Novo Gama e Lago Azul já está pronta. Nós agora vamos fazer a iluminação do canteiro central. É uma obra muito cobrada ali. Estamos construindo a alternativa à BR-040, saindo da cidade Osfaya até o Jardim ABC. Neste ano, vamos construir as rodovias de Novo Gama, Barragem do Corumbá 4, Jardim Ingá, todas em direção a Luziânia. Está sendo licitada a rodovia que liga Santo Antônio do Descoberto à Barraca da Serra. Estamos reconstruindo a Avenida Goiás e o trecho que liga Santo Antônio a Águas Lindas. Já estamos em obras na rodovia que liga Águas Lindas a Brazlândia”.
O governador ressalta que o Estado reconstruiu a rodovia que liga a divisa do DF até São João da Aliança e concluiu o trecho até Alto Paraíso e Campos Belos, assim como o trecho que liga a BR-020 até Cabeceiras. “Não há nenhuma cidade sem previsão de recursos vultosos do governo do Estado, para recuperação de vias ou para pavimentação de bairros”.
Marconi Perillo disse não ter dificuldades em fazer parcerias com o governo do Distrito Federal. “Eu não sinto isso, mas sempre procurei facilitar as coisas. Há uma necessidade muito grande, por força da lei e do Ministério Público, de criação dos consórcios para manejo dos resíduos sólidos. Ali, na região do Entorno, há uma grande necessidade de resolver o problema do lixo urbano. O governo do DF também precisa. Resolvemos criar um consórcio entre os governos de Goiás, do DF e as prefeituras de cidades mais próximas ao DF. Brasília tem características de cidade e de Estado e tem que resolver o problema do lixo. Aí nos juntamos para dar uma solução”.
Mobilidade urbana
Outro ponto destacado pelo governador goiano na parceria com o GDF e a União se refere à mobilidade urbana. “Estamos trabalhando juntos nos ministérios do Planejamento e Cidades, para viabilizar recursos do PAC de Mobilidade Urbana das grandes cidades e estender o BRT para a direção de Valparaíso e Luziânia. Esse tem sido um trabalho constante. Já entramos com pedidos nesses dois ministérios e tivemos boas sinalizações por parte do coordenador nacional do PAC, da ministra Míriam Belchior e do ministro Aguinaldo Ribeiro”.
Sobre as ações dos governos de Goiás, do Distrito Federal e da União na área da saúde, na região do Entorno do DF, Marconi ressalta: “Tínhamos ali três problemas graves relacionados a hospitais. O hospital de Valparaíso tinha sido começado há muito tempo, deixei o meu governo e não foi concluído. Concluí rapidamente e ele está funcionando muito bem. Mas havia duas pendências históricas, os hospitais de Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas. Esses hospitais receberam dinheiro do governo federal, mas estavam sendo tocados pelas prefeituras, que alegavam muitas dificuldades. E nós começamos, desde o início do ano passado, um trabalho para dar solução a esses dois casos. Aí, tivemos muita sensibilidade e apoio por parte do Ministério da Saúde e dos prefeitos. Os hospitais foram repassados para o governo do Estado e, com isso, estamos fazendo novas licitações. Com ajuda do governo federal, nós vamos concluir esses hospitais e equipá-los a partir desse ano e botar para funcionar. Vamos transformar tanto os hospitais de Águas Lindas como o de Santo Antônio em hospitais de urgência.”
Bolsa Futuro
Sobre as ações na educação, o governador goiano ressaltou: “Também tivemos uma grande preocupação com a educação no Entorno, levando programas como Prêmio Aluno e Bolsa Futuro, que é o maior programa de qualificação profissional do País. Nós resolvemos repassar o dinheiro direto para os diretores de escola para reformas de todas as escolas de toda a região metropolitana de Brasília. Praticamente todas foram reformadas”.
Segurança
Na área de segurança pública, o governador diz que o Estado constrói quatro presídios novos no Entorno. Três com capacidade para 300 presos e um, em Planaltina, com menor capacidade. “Aumentamos o banco de horas para ter mais policiamento. Sabemos que ali é uma região muito conflagrada. Determinei que se aumentasse agora todo o efetivo para as cidades do Entorno. Estamos recrutando novos policiais civis, militares e bombeiros, por concurso, além de delegados. E também através de um programa chamado serviço militar voluntário, trazendo reservistas das Forças Armadas, bem treinados, homens que passaram até seis anos em treinamento, e vamos colocá-los nas ruas. Ali em muitas cidades já há uma sensação de melhoria da segurança”.
A uma pergunta sobre se os investimentos na área de segurança são suficientes para reduzir a violência na região metropolitana do DF, Marconi Perillo ressaltou: “Temos problemas que fazem com que a violência aumente vertiginosamente no Brasil. Primeiro, só os governos estaduais são obrigados pela Constituição a investir em segurança. É preciso que a Constituição seja alterada e que todos, por forma vinculada, tenham a obrigação de investir um percentual de receita em segurança pública, porque é uma área que precisa de dinheiro, para a polícia e também para a inteligência”.
Marconi, no entanto, reconhece que “o mais complicado é o tráfico de drogas. Nós temos fronteiras muito grandes com Colômbia e Bolívia, infelizmente, mal guardadas. Isso resulta na facilidade para os narcotraficantes. Goiás está no centro, as pessoas chegam aqui facilmente. Apesar de eu ter investido desde 2011 na polícia de divisas, não é suficiente. Hoje, no Estado e no País inteiro, 80% dos crimes são praticados em função das drogas, principalmente o crack. E o último motivo é a legislação processual penal, que faz com que todo esforço da polícia seja quase em vão. Prende hoje e amanhã solta. A Justiça acaba soltando por força da legislação. É preciso endurecer a lei. Nunca se apreendeu tanta droga em Goiás como em 2013, nunca se prenderam tantas pessoas como agora. Mas em média, o traficante fica 40 dias na cadeia e sai para cometer crimes às vezes piores”.

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