Desafiando todos os preconceitos e dificuldades, três mulheres integram uma unidade especializada da PM em Aparecida de Goiânia e são exemplos de agentes de segurança e inspiração. Vale a pena ler
Lembra de “Tropa de Elite”? No sucesso
de bilheteria dirigido por José Padilha, o expectador é testemunha do
extenuante curso para admissão no Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais) do Rio de Janeiro, no qual poucos homens resistem até o fim. Mas
seriam somente homens? Em Goiás, três mulheres testaram seus próprios limites,
desafiaram o preconceito e hoje ostentam fardas pretas que invejam muitos
policias experientes.
As soldados Daniella (30), Malba (29) e
Márcia (26) são policiais militares formadas para policiamento especializado e
atuam na 43ª Companhia Independente de Policiamento Especializado (43ª CIPM),
em Aparecida de Goiânia. Diferente de policiais femininas em outros setores da
Segurança Pública, elas estão constantemente nas ruas, participando de
operações complicadas. Simpáticas, bonitas e, principalmente, competentes, as
“mulheres de preto” metem medo na criminalidade da região.
Curso
Segundo o ex-comandante da Companhia e
um dos responsáveis por ministrar os cursos de admissão, o major Rodrigo Bispo,
as mulheres não tiveram facilidade alguma em relação aos homens. “Geralmente,
as mulheres fazem flexões com apoio dos joelhos, mas não elas, fizeram o
treinamento exatamente como para o masculino”, disse o major, que se sente
privilegiado por ter tido profissionais tão eficientes a seu serviço.
Antes de chegar a esse posto de
prestígio na PM, é preciso enfrentar longo treinamento, que inclui testes de
técnica, força e muita, muita resistência. Percorrer distâncias carregando
peso, sem se esquecer, é claro, da farda molhada e do coturno encharcado.
Para Márcia, as mulheres costumam se
acomodar na posição que a sociedade impõe a elas, quando tudo não passa de uma
questão de força de vontade e dedicação. Com as fardas negras impecáveis, elas
parecem muito satisfeitas com a possibilidade de saírem às ruas para enfrentar
a violência e, dessa forma, impactar positivamente na vida da comunidade. E Malba
afirmou que aceita o desafio servir de exemplo para que mais mulheres integrem
as polícias especializadas.
Além disso, Daniella destacou que nem
tudo é força física, sendo muito importantes a estratégia e a execução.
“Existem métodos diferenciados de operação para equipes com mulheres, mas é bom
destacar que elas participam de abordagens, perseguições e até troca de tiros
com muita tranquilidade e perícia”, ressaltou o ex- comandante Rodrigo Bispo.
Resultados
Através de uma estratégia de
aproximação com a população, a 43ª CIPM já demonstrou muitos resultados no
combate ao crime. O próprio lote em que foi instalada a base da Companhia, em
setembro de 2013, era antes uma escola abandonada. Desde a construção, o local
deixou de ser um refúgio para usuários de droga e passou a ser referência na
proteção da vizinhança.
Para os próprios policiais, boa parte
dessa boa relação está em ações como a entrega de brinquedos às crianças nas
ruas e o atendimento às queixas e necessidades da população, além da presença de
mulheres nas equipes. Para o major Bispo, com uma longa carreira na Segurança
Pública, policiamento comunitário é a chave para a tranquilidade. “A boa
receptividade em meio à população é a melhor recompensa deste trabalho”,
finalizou.
Fonte: http://folhaz.com.br/
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